Verão amazônico pede cuidados com a pele
As altas temperaturas aumentam o número de casos de câncer de pele.
Com o início de julho, o verão amazônico chega trazendo não apenas o calor, mas também as tão esperadas férias, um período repleto de descobertas e encantos naturais. Belém do Pará, banhada pelas águas tranquilas da baía do Guajará e do rio Guamá, é o destino perfeito para quem busca a refrescante experiência de um banho de rio. Além disso, as ilhas que cercam a capital paraense exibem paisagens exuberantes, com igarapés serenos e praias de águas doces, salgadas e salobras. Porém, nesse cenário paradisíaco, a exposição ao sol é maior, aumentando os riscos de queimaduras, câncer e outras doenças de pele. Pensando nisso, a Rede Adventista de Saúde compartilha dicas valiosas para proteger a pele e aproveitar o verão amazônico com segurança e bem-estar.
Segundo o INCA, em 2023 foram registrados quase 230 mil novos casos de câncer de pele, incluindo melanomas e não melanomas. A estimativa para 2024 é que esses números aumentem ainda mais. Estudos de especialistas em mudanças climáticas apontam que várias cidades do Brasil, incluindo Belém, irão enfrentar altas temperaturas. Com ondas de calor fora do comum, as pessoas tendem a usar roupas que expõem mais o corpo, e é aí que está o perigo. A exposição prolongada aos raios solares sem proteção aumenta os riscos de câncer de pele. Por isso, é essencial não deixar a fotoproteção de lado e cuidar da saúde da pele.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda, além da fotoproteção, alguns cuidados importantes para prevenir o câncer de pele. A seguir, apresentaremos práticas que podem ter um grande impacto na proteção da pele contra os efeitos nocivos dos raios solares.
Roupas e acessórios — Além do filtro solar, no verão é importante usar chapéu e roupas de algodão nas atividades ao ar livre, pois eles bloqueiam a maior parte da radiação UV. Tecidos sintéticos, como o nylon, bloqueiam apenas 30%. Evite a exposição solar entre 10 e 16 horas (horário de verão). As barracas usadas na praia devem ser feitas de algodão ou lona, materiais que absorvem 50% da radiação UV. Outro objeto que tem extrema importância são os óculos de sol, que previnem catarata e outras lesões nos olhos.
Filtro solar — O verão é o momento de intensificar o uso de filtro solar, que deve ser aplicado diariamente, e não somente nos momentos de lazer. Os produtos com fator de proteção solar (FPS) 30, ou superior, são recomendados para uso diário e também para a exposição mais longa ao sol (praia, piscina, pesca etc.).
O produto deve proteger contra os raios UVA (indicado pelo PPD) e contra os raios UVB (indicado pelo FPS). Aplicar o produto 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva. Distribuí-lo uniformemente em todas as partes de corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés. Reaplicar a cada duas horas. Porém, atenção, esse tempo diminui se houver transpiração excessiva ou se entrar na água.
Dica: o uso de fluidos siliconados nas pontas dos cabelos impede que eles se danifiquem com o vento, sol ou maresia.
É importante também proteger as cicatrizes, especialmente as novas, que podem ficar escuras se expostas ao Sol. Já as antigas também devem ser protegidas, pois há risco de desenvolvimento de tumores, apesar de ser um evento raro. A proteção pode ser feita com uso de barreiras físicas como adesivos, esparadrapos ou por meio do uso de filtro solar.
Em crianças, inicia-se o uso do filtro solar a partir dos seis meses de idade, utilizando um protetor adequado para a pele que é mais sensível, de preferência filtros físicos. Recomenda-se buscar orientação com pediatra ou dermatologista sobre qual o melhor produto para cada caso. É preciso que crianças e jovens criem o hábito de usar o protetor solar diariamente.
Alerta: pessoas de pele negra têm uma proteção “natural”, pela maior quantidade de melanina produzida, mas não podem se esquecer da fotoproteção, pois também estão sujeitas a queimaduras, câncer da pele e outros problemas. Assim como as pessoas de pele mais clara, precisam usar filtro solar, roupas e acessórios apropriados diariamente.
Além disso, a entidade que oficialmente representa a Dermatologia no Brasil, a SBD, alerta que a combinação de sol, areia, praia, piscina, balneários e excesso de suor aumenta o risco de diversas doenças de pele. Saiba quais são:
- Micoses: infecções causadas por fungos que podem ocorrer na pele, unhas e cabelos. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como calor, umidade e baixa de imunidade, estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença. Os pés, a virilha e as unhas são os lugares mais comuns em que elas aparecem, mas isso não significa que outras partes do corpo estejam imunes. Vale lembrar que ninguém está livre delas, crianças, jovens, adultos e idosos. A melhor forma de evitá-las é manter hábitos de higiene, como: secar-se bem após o banho, principalmente áreas de dobras da pele, como virilha, entre os dedos dos pés e axilas. Deve-se também evitar andar descalço em pisos constantemente úmidos (lava-pés, vestiários, saunas). Recomenda-se, ainda, evitar calçados fechados o máximo possível, optando pelos mais largos e ventilados. Importante também é usar somente o seu material para manicure.
- Brotoejas: pequenas bolinhas que surgem, especialmente em bebês, devido ao contato da pele com o suor, principalmente nas “dobrinhas” da própria pele ou das roupas. Podem ser bolhas transparentes com pouca coceira ou “bolinhas” avermelhadas que coçam bastante. Usar roupas leves e soltas e evitar locais muito abafados que propiciam a sudorese excessiva são algumas dicas para evitar brotoejas, sobretudo em pessoas predispostas.
- Manchas e sardas brancas: as manchas e as sardas brancas surgem devagar e, quando menos se espera, lá estão elas. Representam danos que os raios solares causaram na pele e aparecem gradativamente com o tempo, principalmente nas áreas expostas da pele. As manchas senis ou melanoses solares, em geral, são escuras, de coloração entre castanho e marrom. Surgem em áreas que ficam muito expostas ao sol, como a face, o dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros. Já as sardas brancas aparecem quando há ação acumulativa da radiação solar sobre áreas de pele expostas ao sol de forma prolongada e repetida ao longo da vida. A melhor forma de evitá-las é não se esquecer do protetor solar. Essas lesões são benignas, não evoluem para o câncer da pele, entretanto, recomenda-se avaliação pelo dermatologista para diferenciá-las de lesões suspeitas, que merecem uma avaliação mais detalhada.
- Acne solar: provocada pela mistura da oleosidade aumentada da pele, sudorese, uso do filtro solar e da própria radiação solar. Recomenda-se lavar o rosto com um sabonete adequado para o tipo de pele, usar tônicos mais adstringentes e filtros solares com base aquosa ou em gel, o que pode diminuir a oleosidade.